segunda-feira, 30 de setembro de 2013

TEATRO DE RUA







TEATRO DE RUA



Podemos definir teatro de rua como um “Teatro que se produz em locais exteriores às construções tradicionais: rua, praça, mercado, metrô, universidade, etc.” (PAVIS, 1999, p.385). É uma forma teatral que possui suas origens na antiguidade, o teatro nasceu no espaço aberto e desde a Grécia Antiga colocou na cena os problemas da polis e dos cidadãos. Teatro e cidade sempre foram ligados, numa relação amigável ou conflituosa, mas um sempre se serviu ou serviu ao outro durante vários séculos, profissionalizou-se no Renascimento e seguindo a burguesia criou-se o espaço teatral restrito ou edifício teatral que acabou sendo uma forma de elitizar o teatro.
As motivações para se optar pelo teatro de rua são as mais variadas, desde uma tentativa de levar o teatro às pessoas que não tem acesso ao fazer teatral convencional, até uma forma de teatro político, Amir Haddad fala que: “ao fazer teatro na rua, descobri uma possibilidade nova de platéia que eu não conhecia: a platéia heterogênea.” As pessoas que vêem as peças pela cidade são pessoas das mais diversas faixas etárias, classes sociais e mentalidade, este é um dos fatores interessantes do teatro de rua, ele tem de ser criado de forma que trabalhe com sua variedade de público.


O teatro de rua ocupa as áreas abertas fazendo delas seu espaço cênico. No entanto, esses lugares são dotados de significados, inscrevem parte da história da cidade, portanto, devem ser pensados em toda a sua amplitude para que possam ser bem utilizados. Ele, não esqueçamos, é uma interferência no espaço e ao interferir, ele re-significa o espaço, tornando-o propício a fruição.
Apesar de ser uma forma normalmente menosprezada de teatro, pois as pessoas, até aquelas que nunca foram ao teatro, têm em mente o palco italiano, ou até por ser pensado também como uma forma de agitação social, o teatro de rua acaba não sendo visto de forma correta e que abranja toda sua grandeza. Quando falamos de teatro de rua, estamos falamos de uma forma de descentralizar o teatro, levá-lo às mais distintas pessoas e lugares, estamos falando em humanizá-lo, de botar o ator em contato direto com o público, de ligar ator e público podendo transformá-los em uma coisa só, fazendo com que o espetáculo receba interferência, mas também entre na vida das pessoas. E nesses tempos em que tudo parece mais veloz, a rua mais agressiva e pela qual devamos passar rapidamente, o teatro pode se colocar como um elemento interruptor dessa agonia moderna, levando o passante a sonhar e a refletir sobre sua condição de sujeito histórico dentro da cidade.
Grupo Tá na Rua
O teatro de rua no Brasil surgiu primeiramente como um forma de voz contra a ditadura nos anos 80 logo após o regime militar, foi muito comparado ao agit-prop e era claramente um teatro voltado para movimentos políticos, nos dias atuais ele possui uma postura mais estética e movimentos mais sociais.
Muitos grupos hoje em dia, ajudam a comunidade e “adotam” os locais em que normalmente se apresentam, reformando e cuidando de locais antes abandonados, como o grupo Satyros que se instalou na Praça Roosevelt em São Paulo levando segurança e melhoria para a praça e seus moradores.
São Paulo - grupos culturais transformam espaços na capital paulista em palco para apresentações de espaços teatrais
Nos dias atuais existem vários festivais de teatro de rua, assim como mostras e discussões sobre os trabalhos em todo o território nacional e internacional, e através deles estão sendo discutidas e criadas cada vez mais bibliografias e discussões sobre processos criativos de teatro de rua, o que é muito importante para torná-lo uma arte menos discriminada e mais entendida por todos.
Podemos dizer então que o teatro de rua é uma forma extremamente expressiva e pouco valorizada, no nosso país, de levar cultura a pessoas que nem sempre tem acesso à ela, e de expor opiniões, sejam elas políticas ou não, à sociedade.
Espetáculo Parada de Rua da Cia Lume de Teatro

FONTE: http://foradopalco.wordpress.com/teatro-de-rua/ 

TEATRO ITALIANO





TEATRO ITALIANO

O Palco Italiano
O teatro italiano experimentou grandes evoluções cênicas, muitas das quais são atualmente utilizadas. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura interna do palco, o que permitiu a mobilidade de cenários e maior versatilidade nas apresentações.

Espaço cênico italiano
Troca-se a cena greco-romana pelo palco italiano, com boca de cena arredondada e luzes na ribalta, escondidas do público por anteparos. Pela primeira vez é usada uma cortina para esconder o cenário. As três portas da cena grega são substituídas por telões pintados que permitem efeitos especiais de perspectiva, conseguidos através de maquinaria própria. Apagam-se as luzes da sala durante o espetáculo, para concentrar a atenção do público no palco. Há platéia e camarotes, dispostos em formato de ferradura.
A ópera torna-se tão popular que, só em Veneza no século XVII, funcionam regularmente 14 casas de espetáculos.
No século XVIII a difusão dos teatros públicos e o declínio do teatro ambulante levaram à fabricação de máquinas que criavam efeitos mágicos e ilusões visuais na platéia, como por exemplo, pessoas voando.
No final do século XVIII, as mudanças na estrutura dramática das peças continham reflexos de acontecimentos históricos como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Surgiram gêneros como o melodrama, que atendia ao gosto do grande público. Também nesse período foram construídos muitos teatros para atender à demanda de público.
Já no século XIX, as inovações cênicas e de infra-estrutura do teatro tiveram grandes inovações.
O teatro Booth, de Nova Iorque, utilizava os recursos do elevador hidráulico. Com o advento da luz a gás, a técnica de iluminação também passou por transformações e novas experimentações.
Em 1881, o Savoy Theatre de Londres foi o primeiro a utilizar iluminação elétrica. Nos cenários e figurino da época, reproduzia-se situações históricas com realismo bastante apurado. As sessões de teatro, que antes apresentavam várias obras, passaram a encenar um única peça.
As inovações que surgiram acabaram criado a figura do diretor, responsável por todos os estágios artísticos de uma produção teatral.
Ao final do século XIX muitos autores assumiram uma postura de criação bastante diversa daquela de seus predecessores românticos. Passaram a usar a arte como veículo de denúncia de acontecimentos da vida real.
Já o teatro do século XX caracteriza-se pelo ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O design cênico, a direção teatral, a infra-estrutura e os estilos de interpretação não se vincularam em um único padrão predominante.
Na cenografia passaram a ser utilizados efeitos não-realísticos. As próprias atividades de mudança de palco podiam ser vistas pelo público. No teatro contemporâneo, tanto as tradições realistas como as não-realistas convivem simultaneamente.

FONTE:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-teatro/historia-do-teatro-9.php

TEATRO ELISABETANO







TEATRO ELISABETANO


Um dos grandes marcos da arte ocidental, o teatro elisabetano teve seu surgimento no período que se estende da segunda metade do século XVI ao início do século XVII. Aos poucos, contaminou a sociedade e se transformou em uma das vozes de maior expressão cultural do século em que nasceu.

Seu nome, “Elisabetano”, decorre do fato de a maior parte de sua existência corresponder ao reinado da rainha Elisabete I, período de grande efervescência artística na Inglaterra, reflexo, em certa medida, do Renascimento Italiano.

Seu teatro continha a seguinte estrutura: um edifício voltado para um grande pátio, com o palco no fundo. Havia uma nítida separação, pois um terço das galerias fornecia os lugares para os mais afortunados, a “sala dos cavalheiros” ou “dos senhores”, enquanto pessoas comuns se acomodavam no pátio, em pé ou sentados.

Quando o espetáculo estava prestes a começar, ouvia-se um soar de trombetas. Com a representação à luz do dia, atores e espectadores se viam uns aos outros.

 Em seu modelo, a audiência era colocada como cúmplice da peça e chamada a colaborar ativamente com a representação. Isto era facilitado pela proximidade entre palco/plateia e pelo fato de os personagens declararem seus planos e conflitos diretamente ao público, através de “solilóquios” e “a partes”.

O teatro elisabetano pode ser considerado uma mistura de tradições poéticas e teatrais da cultura clássica, onde, com a imaginação do público, os autores podiam contar qualquer história, esquadrinhando romances e tragédias gregas, contos medievais e comédias italianas, dentre outros.

 Como exemplo de grandes dramaturgos do período, temos Ben Jonson, Christopher Marlowe, além, obviamente, de William Shakespeare, que, através do trabalho de sua companhia à frente do Globe Theatre, deixou um dos maiores legados dramatúrgicos para o teatro mundial.
 
FONTE:  http://www.spescoladeteatro.org.br/noticias/ver.php?id=657