segunda-feira, 30 de setembro de 2013

TEATRO DE RUA







TEATRO DE RUA



Podemos definir teatro de rua como um “Teatro que se produz em locais exteriores às construções tradicionais: rua, praça, mercado, metrô, universidade, etc.” (PAVIS, 1999, p.385). É uma forma teatral que possui suas origens na antiguidade, o teatro nasceu no espaço aberto e desde a Grécia Antiga colocou na cena os problemas da polis e dos cidadãos. Teatro e cidade sempre foram ligados, numa relação amigável ou conflituosa, mas um sempre se serviu ou serviu ao outro durante vários séculos, profissionalizou-se no Renascimento e seguindo a burguesia criou-se o espaço teatral restrito ou edifício teatral que acabou sendo uma forma de elitizar o teatro.
As motivações para se optar pelo teatro de rua são as mais variadas, desde uma tentativa de levar o teatro às pessoas que não tem acesso ao fazer teatral convencional, até uma forma de teatro político, Amir Haddad fala que: “ao fazer teatro na rua, descobri uma possibilidade nova de platéia que eu não conhecia: a platéia heterogênea.” As pessoas que vêem as peças pela cidade são pessoas das mais diversas faixas etárias, classes sociais e mentalidade, este é um dos fatores interessantes do teatro de rua, ele tem de ser criado de forma que trabalhe com sua variedade de público.


O teatro de rua ocupa as áreas abertas fazendo delas seu espaço cênico. No entanto, esses lugares são dotados de significados, inscrevem parte da história da cidade, portanto, devem ser pensados em toda a sua amplitude para que possam ser bem utilizados. Ele, não esqueçamos, é uma interferência no espaço e ao interferir, ele re-significa o espaço, tornando-o propício a fruição.
Apesar de ser uma forma normalmente menosprezada de teatro, pois as pessoas, até aquelas que nunca foram ao teatro, têm em mente o palco italiano, ou até por ser pensado também como uma forma de agitação social, o teatro de rua acaba não sendo visto de forma correta e que abranja toda sua grandeza. Quando falamos de teatro de rua, estamos falamos de uma forma de descentralizar o teatro, levá-lo às mais distintas pessoas e lugares, estamos falando em humanizá-lo, de botar o ator em contato direto com o público, de ligar ator e público podendo transformá-los em uma coisa só, fazendo com que o espetáculo receba interferência, mas também entre na vida das pessoas. E nesses tempos em que tudo parece mais veloz, a rua mais agressiva e pela qual devamos passar rapidamente, o teatro pode se colocar como um elemento interruptor dessa agonia moderna, levando o passante a sonhar e a refletir sobre sua condição de sujeito histórico dentro da cidade.
Grupo Tá na Rua
O teatro de rua no Brasil surgiu primeiramente como um forma de voz contra a ditadura nos anos 80 logo após o regime militar, foi muito comparado ao agit-prop e era claramente um teatro voltado para movimentos políticos, nos dias atuais ele possui uma postura mais estética e movimentos mais sociais.
Muitos grupos hoje em dia, ajudam a comunidade e “adotam” os locais em que normalmente se apresentam, reformando e cuidando de locais antes abandonados, como o grupo Satyros que se instalou na Praça Roosevelt em São Paulo levando segurança e melhoria para a praça e seus moradores.
São Paulo - grupos culturais transformam espaços na capital paulista em palco para apresentações de espaços teatrais
Nos dias atuais existem vários festivais de teatro de rua, assim como mostras e discussões sobre os trabalhos em todo o território nacional e internacional, e através deles estão sendo discutidas e criadas cada vez mais bibliografias e discussões sobre processos criativos de teatro de rua, o que é muito importante para torná-lo uma arte menos discriminada e mais entendida por todos.
Podemos dizer então que o teatro de rua é uma forma extremamente expressiva e pouco valorizada, no nosso país, de levar cultura a pessoas que nem sempre tem acesso à ela, e de expor opiniões, sejam elas políticas ou não, à sociedade.
Espetáculo Parada de Rua da Cia Lume de Teatro

FONTE: http://foradopalco.wordpress.com/teatro-de-rua/ 

TEATRO ITALIANO





TEATRO ITALIANO

O Palco Italiano
O teatro italiano experimentou grandes evoluções cênicas, muitas das quais são atualmente utilizadas. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura interna do palco, o que permitiu a mobilidade de cenários e maior versatilidade nas apresentações.

Espaço cênico italiano
Troca-se a cena greco-romana pelo palco italiano, com boca de cena arredondada e luzes na ribalta, escondidas do público por anteparos. Pela primeira vez é usada uma cortina para esconder o cenário. As três portas da cena grega são substituídas por telões pintados que permitem efeitos especiais de perspectiva, conseguidos através de maquinaria própria. Apagam-se as luzes da sala durante o espetáculo, para concentrar a atenção do público no palco. Há platéia e camarotes, dispostos em formato de ferradura.
A ópera torna-se tão popular que, só em Veneza no século XVII, funcionam regularmente 14 casas de espetáculos.
No século XVIII a difusão dos teatros públicos e o declínio do teatro ambulante levaram à fabricação de máquinas que criavam efeitos mágicos e ilusões visuais na platéia, como por exemplo, pessoas voando.
No final do século XVIII, as mudanças na estrutura dramática das peças continham reflexos de acontecimentos históricos como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Surgiram gêneros como o melodrama, que atendia ao gosto do grande público. Também nesse período foram construídos muitos teatros para atender à demanda de público.
Já no século XIX, as inovações cênicas e de infra-estrutura do teatro tiveram grandes inovações.
O teatro Booth, de Nova Iorque, utilizava os recursos do elevador hidráulico. Com o advento da luz a gás, a técnica de iluminação também passou por transformações e novas experimentações.
Em 1881, o Savoy Theatre de Londres foi o primeiro a utilizar iluminação elétrica. Nos cenários e figurino da época, reproduzia-se situações históricas com realismo bastante apurado. As sessões de teatro, que antes apresentavam várias obras, passaram a encenar um única peça.
As inovações que surgiram acabaram criado a figura do diretor, responsável por todos os estágios artísticos de uma produção teatral.
Ao final do século XIX muitos autores assumiram uma postura de criação bastante diversa daquela de seus predecessores românticos. Passaram a usar a arte como veículo de denúncia de acontecimentos da vida real.
Já o teatro do século XX caracteriza-se pelo ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O design cênico, a direção teatral, a infra-estrutura e os estilos de interpretação não se vincularam em um único padrão predominante.
Na cenografia passaram a ser utilizados efeitos não-realísticos. As próprias atividades de mudança de palco podiam ser vistas pelo público. No teatro contemporâneo, tanto as tradições realistas como as não-realistas convivem simultaneamente.

FONTE:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-teatro/historia-do-teatro-9.php

TEATRO ELISABETANO







TEATRO ELISABETANO


Um dos grandes marcos da arte ocidental, o teatro elisabetano teve seu surgimento no período que se estende da segunda metade do século XVI ao início do século XVII. Aos poucos, contaminou a sociedade e se transformou em uma das vozes de maior expressão cultural do século em que nasceu.

Seu nome, “Elisabetano”, decorre do fato de a maior parte de sua existência corresponder ao reinado da rainha Elisabete I, período de grande efervescência artística na Inglaterra, reflexo, em certa medida, do Renascimento Italiano.

Seu teatro continha a seguinte estrutura: um edifício voltado para um grande pátio, com o palco no fundo. Havia uma nítida separação, pois um terço das galerias fornecia os lugares para os mais afortunados, a “sala dos cavalheiros” ou “dos senhores”, enquanto pessoas comuns se acomodavam no pátio, em pé ou sentados.

Quando o espetáculo estava prestes a começar, ouvia-se um soar de trombetas. Com a representação à luz do dia, atores e espectadores se viam uns aos outros.

 Em seu modelo, a audiência era colocada como cúmplice da peça e chamada a colaborar ativamente com a representação. Isto era facilitado pela proximidade entre palco/plateia e pelo fato de os personagens declararem seus planos e conflitos diretamente ao público, através de “solilóquios” e “a partes”.

O teatro elisabetano pode ser considerado uma mistura de tradições poéticas e teatrais da cultura clássica, onde, com a imaginação do público, os autores podiam contar qualquer história, esquadrinhando romances e tragédias gregas, contos medievais e comédias italianas, dentre outros.

 Como exemplo de grandes dramaturgos do período, temos Ben Jonson, Christopher Marlowe, além, obviamente, de William Shakespeare, que, através do trabalho de sua companhia à frente do Globe Theatre, deixou um dos maiores legados dramatúrgicos para o teatro mundial.
 
FONTE:  http://www.spescoladeteatro.org.br/noticias/ver.php?id=657

terça-feira, 10 de setembro de 2013

TEATRO RENASCENTISTA





































Renascimento: Movimento de renovação intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando várias regiões da Europa. Com origem no Humanismo, a noção de renascimento diz respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação humana. A invenção da imprensa contribuiu na disseminação das idéias. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações. O Descobrimento do Novo Mundo, proporcionou progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

Personagens Importantes:


Em oposição aos preceitos clássicos nasceu a comédia renascentista denominada Commedia Dell’Arte que teve sua origem na Itália, caracterizou-se por utilizar essencialmente a linguagem do povo e representou a glória do Teatro Italiano no Renascimento.
A etimologia da palavra traduz-se em Teatro de Ofício. Nas peças não se usavam textos, mas roteiros e histórias. Aos atores caberia improvisar. Equipados com um simples cavalete, acoplado a uma carroça, para carregar as roupas e acessórios, iam parando em todas as cidades e muitas vezes eram disputados pelas cortes, alguns grupos ficaram muito ricos.
Abriu-se um caminho para a mais fascinante época da hegemonia do ator e do improviso. Isto fez com que as ações se tornassem muito vivas e verdadeiras.
Os gestos e as inflexões da voz casam-se sempre com o propósito do teatro. Os atores possuem total liberdade em cena. Dialogam e agem naturalmente, e essa naturalidade era imbuída de alta dose de verdade. Tal forma de teatro, exigia dos atores grande preparo físico.
Dessa forma exercitavam-se diariamente e, devido a isso, não encontramos atores muito velhos. Essa forma de teatro caracteriza-se pela movimentação intensa e pelo rompimento com a proposta clássica, elitista e literária.
Cada história repetia as mesmas personagens: Arlequim, Columbina, Pantaleão, Esmeraldina e outros que atendessem às exigências regionais.
Sua duração compreendeu meados do século XVI até meados do século XVIII e exerceu uma influência muito grande no mundo. Os atores dessa forma de teatro faziam parte de companhias itinerantes que viajavam pelo mundo.
Aspectos importantes:
•Precedentes;
•Argumentos;
•Personagens;
•Improvisação;
•Técnicas de Apresentação.
Por fim podemos considerar a Commedia Dell’Arte como um formidável surto de teatro popular que utilizou-se da linguagem coloquial do povo e ofereceu ao ator total liberdade de criação.

FONTE: http://ronanlobo.blogspot.com.br/2009/09/blog-post.html

TEATRO ROMANO







O teatro romano
 O teatro romano teve diferentes géneros. Misturando influências etruscas (influenciados pelos gregos) e de espécie de representações religiosas de carácter sério ou satírico itálicas (curiosamente de forma semelhante ao aparecimento do teatro grego), os romanos tinham uma forma embrionária de teatro quando entraram em contacto com a Grécia: esse contacto significou a morte do primitivo teatro romano, que imediatamente copiou as formas gregas (tragédia, comédia). Começaram por traduzir peças gregas (séc. III AC), depois estrangeiros radicados em Roma e depois romanos escreveram peças, adaptando temas gregos, ou inventando mesmo temas romanos (normalmente baseado na História); o apogeu do teatro romano dá-se no séc. III-II A.C com Plauto e Terêncio. Quer a comédia, quer a tragédia romana, tinham diferenças com os seus modelos gregos: insistiam mais no horror e na violência no palco que era representada, grande preocupação com a moral, discursos elaborados; mesmo do ponto de vista formal existiam diferenças (na divisão em actos, no coro, etc). Com o tempo (final da república), o público perdeu interesse pelo teatro tradicional, pois a concorrência dos espectáculos com mais acção (gladiadores, corridas de carros), e a criação de géneros teatrais mais simples como as pantominas (representação de um único actor de uma peça simples e de fácil reconhecimento pela audiência, em que não falava, dançava, fazia gestos, e era acompanhado por músicos e um coro) e mimos (historias também simples mas com vários actores, em que normalmente se satirizava tipos sociais de forma mesmo obscena), levaram ao seu quase abandono.
No período imperial, se na parte oriental do império se continuaram a representar as peças tradicionais (sobretudo de autores da chamada nova comédia como Menandro e não Esquilo e Sophocles), no ocidente mau-grado uma tentativa de autores como Séneca de ressuscitar o género, o público preferia os espectáculos de mimos e pantominas (outro motivo apresentado era a dificuldade dos latinos menos instruídos de compreenderem peças complexas, e preferirem espectáculos simples e que apelassem aos sentidos). Com o advento da Igreja, esta viu com maus olhos géneros artísticos que ou se referiam a deuses pagãos ou troçavam abertamente dela (como os espectáculos de mimos), levando à sua progressiva perseguição, para além dos aspectos que considerava imorais (representação de cenas licenciosas ou mesmo nudez). A última referência que existe de uma representação de uma peça de teatro é do séc. VI (e sabe-se que Teodora a imperatriz esposa de Justiniano fora actriz de teatro). Depois disso, só se ouve falar dos artistas de teatro pelas proibições sucessivas e sermões de membros da igreja que referem mimos que andam de terra em terra espalhando a imoralidade.
Os romanos construíram vários teatros (especificamente para representações), mas na maioria dos casos nas pequenas cidades utilizavam edifícios para vários usos (anfiteatros), usando para espectáculos de gladiadores, corridas, representações.
Dedicar-se ao teatro era muito mal visto: os actores eram normalmente escravos ou ex-escravos; raramente mulheres representavam, tendo má reputação as que o faziam (os papéis femininos eram feitos por homens).
Ficaram conhecidos imperadores com uma enorme paixão pelo teatro. Nero é o mais conhecido: adorava espectáculos de mimos (acabou por casar com um depois de se livrar de Pompeia) e representava ele próprio; dado o baixo estatuto dos actores (normalmente escravos ou ex-escravos), isso foi motivo de escândalo.
De se notar também, que vários imperadores apresentados como crueis ordenavam que os os espectáculos se tornassem realistas: quando aparecia no guião que o personagem era morto, substituia-se o actor por um condenado à morte (existe registado o caso de uma representação de uma peça que relatava a união entre Europa e Zeus sobre a forma de touro e uma condenada à morte foi de facto unida a um touro).

FONTE: http://roma-antiga.blogspot.com.br/2005/12/o-teatro-romano.html

"História do teatro"




O Teatro até à Idade Média

O teatro é uma das mais antigas expressões artísticas do Homem, que sempre lhe dedicou espaços arquitetónicos notáveis, principalmente na Época Clássica e, depois, no Renascimento, até aos nossos dias. Pode ter nascido no III milénio a. C., no Antigo Egito, com as celebrações em torno dos momentos marcantes da figura do faraó, principalmente naquilo que o divinizava ou fazia dele senhor das suas terras e súbditos. Esta sacralidade vigorará na Antiguidade Clássica, quando se representavam as façanhas dos deuses, como Dioniso, ou tragédias e episódios da criação do Homem e do mundo. Recorde-se que o termo teatro para os Gregos, como para os Romanos, designava o espaço cénico e o espaço da assistência, o conjunto arquitetónico onde se desenrolariam géneros como o drama ou tragédia, a comédia, os enredos, etc.
A tragédia foi o género que mais cedo ganhou notoriedade, porque era considerado também o único representável, como renovação do indivíduo através da morte ou do sofrimento. Os maiores autores de tragédias foram os atenieneses do século V a. C. Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Fatalista, heroico, musical também, convidativo à meditação e à filosofia, para Ésquilo era o coro o principal elemento cénico na obra teatral. Sófocles surgiu como um tragediógrafo mais próximo do ideal do cidadão, conciliando poesia, política, ideais de cidadania e espírito atlético, numa versão mais humanizada da tragédia. Ambos os autores se mantiveram sempre dentro do cânone da tragédia, o que não fez Eurípides, mais revolucionário e vanguardista, pois pretendia, por exemplo, desagrilhoar o indivíduo da religião e das instituições. Veio depois a comédia, com Aristófanes, por exemplo, mas como instrumento de sátira e crítica do mundo, de idealismo político e vivencial. Depois do século IV, surgiria a "nova comédia", com Filémon e Menandro, mais trivial e divertida, como fariam os Romanos com o grande Plauto, um criador de géneros cómicos, mas sempre crítico e reflexivo.
Na Índia, onde o teatro engloba também a dança, a expressão corporal e o canto, a representação servia principalmente para relatar epopeias e histórias das origens, num esplendor de expressões e sentimentos. A canção e a dança eram também importantes no teatro da China antiga. O argumento tinha pouca importância, valendo mais as cenas em si, com o seu movimento. No Japão, é de realçar o teatro de marionetas, frequente a partir do século XVIII.
No Ocidente, entretanto, com a queda do Império Romano, também o teatro desapareceu até perto do ano mil, altura em que surgiram os jograis itinerantes com as suas canções e enredos cómicos e satíricos. Mas o teatro religioso foi aquele que mais marcou a Idade Média, tendo tido a sua origem nos dramas litúrgicos em Latim, que eram talvez representados nas escolas catedralícias ou monásticas por mestres e estudantes. Os clérigos, nas grandes festas religiosas, representavam estes dramas nos santuários, o que é assinalado desde o século XI na Alemanha, França e Inglaterra. O século XI trará as línguas vulgares e o profano ao teatro medieval, nos adros das igrejas com atores laicos a representar. Estamos no tempo dos mistérios (temas do Antigo ou Novo Testamentos), dos milagres (das vidas de santos), dos autos, das moralidades (os temas mais recorrentes eram a morte, o desejo e a fé), dramas onde muitas vezes surgiram temas escatológicos e milenaristas (por exemplo, o Jogo do Anticristo, da Baviera do século XI, ou Esposo, drama francês do século XII). Recordem-se nomes como os do francês do século XV, Arnoul Gréban (o seu Mistério da Paixão demorava quatro dias a representar e tinha mais 35 000 versos!), ou de Duzentos, o também francês Rutebeuf, com o seu Milagre de Teófilo. A Idade Média também tinha "teatro" cómico, com as farsas. Em Portugal, surgiu, em finais do século XV e meados da centúria seguinte, o teatro de Gil Vicente, de gosto medieval mas, de certa forma, de temática profana renascentista.

O Teatro do Renascimento às Luzes
O Renascimento, de facto, foi a idade de ouro do teatro europeu. Apesar das limitações ao profano que o Concílio de Trento logo em 1548 tentou impor, o teatro perdeu a sua quase exclusiva componente sacra da Idade Média. Assumiu-se cada vez mais como "teatro popular", mas mais "profissionalizado", com a comédia separada da tragédia e com os autores a ganharem importância e independência criativa. O carácter sacro não se perdeu, porém, principalmente em Espanha (com os seus autos sacramentales). A comédia ganhou novo alento na Itália, graças à influência do folclore, assistindo-se ao apogeu da commedia dell´arte, com a Pulcinella ou o Pantalone, que influenciaria imenso vários autores, como, por exemplo, Molière. O teatro "nacional" desenvolveu-se, principalmente em Inglaterra e Espanha, evocando as memórias antigas e os feitos e grandezas do passado, misturando o mundo da cavalaria com os clássicos redescobertos. Isso mesmo pode ver-se em Shakespeare, um autor do seu tempo e dos tempos antigos, com o seu Falstaff, por exemplo.
Os adros das igrejas eram entretanto substituídos por novos "palcos", mais profanos, mais concorridos e com públicos mais diversificados: da estalagem às praças, das feiras aos salões reais. Aparecem as companhias, os géneros, os guarda-roupas e cenários, e até lucro com os bilhetes das peças, por via de investimentos importantes, mecenato ou atores particulares (reis, famílias...). Os grandes autores deste teatro renascentista foram, para além de Shakespeare, Lope de Vega e Marlowe, Beaumont, Fletcher ou Ben Jonson, entre outros.
O teatro não mais deixou de ganhar em fulgor e redescoberta, apurando-se géneros como a comédia, principalmente, graças a autores como Marivaux e Beaumarchais, em França, ou Goldoni, em Itália. A ópera, uma das grandes paixões do século XVIII, conferiu ainda mais força ao teatro. A tragédia, que evoluiu mais para o drama e para o melodrama, declinou nos séculos XVII e XVIII, pois mantinha ainda um profundo sentimento social e religioso. A tragédia heroica, de Corneille ou Racine, será uma exceção a esse declínio.
Na segunda metade do século XVIII, com Voltaire, o teatro adapta-se à sua época, simplificando-se cenicamente, em relação à ópera, principalmente. Se o repertório é ainda o do século XVII, de Racine, Shakespeare, Molière, dos espanhóis, os espaços são diferentes, mais apropriados e dignificados cenicamente, tanto em teatros como em palácios ou abadias imperiais (como Einsiedeln, dos Esterházy). Entretanto, o século XVIII verá nascer dois novos géneros, a comédia sentimental, com o irlandês Steele, e a tragédia doméstica, com o inglês Lillo.

O Teatro do Romantismo à atualidade
O Romantismo irá, no entanto, pôr de lado os cânones barrocos e rococós, conformistas e desadaptados aos novos tempos. O teatro romântico ganhou notoriedade com figuras como Victor Hugo (Hernâni), Zorrilla (D. Juan) ou Rostand (Cyrano), para além dos alemães Goethe e Schiller. Se os primeiros revisitam valores antigos, figuras alegóricas e folclóricas, sob uma nova roupagem nacionalista ou exemplaridade, os segundos partem para a procura do Homem em se conhecer a si próprio. O teatro romântico chegou também à Rússia, com Pushkin e o seu Boris Godunov. Em Portugal, destaca-se o mais notável exemplo de teatro romântico: Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (1843).
Surgirão, depois, o Realismo e o Naturalismo, em finais do século XIX, com Ibsen, Tchekov ou Strindberg, Galsworthy e O´Casey. O indivíduo libertava-se de amarras morais e éticas desadequadas aos novos tempos e à condição humana, rompendo com determinismos estáticos e inertes, valorizando-se como ser social. O Expressionismo, de certo modo antirrealista em termos de teatro, surge no primeiro quartel do século XX, baseado na valorização cénica como modo de reprodução de ideias, na mecanização da sociedade e no repensar da importância do subconsciente e da interioridade psíquica do indivíduo. A Alemanha foi o país onde o Expressionismo teve maior força, com autores como Werfel, Kaiser ou Toller.
No Teatro Contemporâneo, cujo início pode coincidir com a Primeira Guerra Mundial, que recordar a comédia social, criticamente mordaz mas divertida, como se em Somerset Maugham, Molnar e o magistral Bernard Shaw, com as suas figuras-tipo em confronto com as velhas e deturpadas ideias românticas da sociedade. Depois virá Elliot, com valores renovados como o heroísmo, a confiança e até a religião, ou até Miller e Tennessee Williams, nos EUA, e Garcia Lorca, em Espanha, que valorizavam a realidade social e histórica nas suas obras. Em França, surgirão Anouilh, Camus e Sartre, depois do "teatro psicológico e experimental" de Jean Cocteau ou Mauriac. Os primeiros, autores existencialistas, privilegiavam a procura da personagem como sujeito de decisões morais. Pirandello, em Itália, era uma referência nesta altura, como os existencialistas Favri e Buzzati. Todavia, a maior figura do teatro do século XX foi o alemão Brecht, que procurava a "desintoxicação do Homem". Em Portugal, destaquemos, depois da Segunda Guerra Mundial, Alves Redol, Jorge de Sena ou Bernardo Santareno, entre tantos outros autores da questão social do Existencialismo. Entretanto, surgiu a Vanguarda, nos anos 50, com os ingleses Pinter, Osborne e Behan, com o seu teatro do realismo social, que teve nos franceses Beckett (irlandês, mas escrevendo em francês), Adamov e principalmente Ionesco (com o seu "teatro do absurdo") os seus maiores expoentes, que valorizaram a situação em detrimento do carácter. Tardieu, Genet e Arrabal manterão vivo este teatro de Vanguarda em finais do século XX.
Entretanto, que referir o teatro infantil, que desde sempre existiu, da China Antiga à Inglaterra de finais do século XVI, mas que ganhará relevo com a importância que a criança adquiriu no século XIX, principalmente nos regimes comunistas, como sucedeu na ex-URSS com o célebre Teatro Infantil de Moscovo, dirigido por Natalie Satz na primeira metade do século XX. Muitas outras companhias surgiram nesse século em todo o mundo, recriando velhos clássicos como Peter Pan, Alice no País das Maravilhas e Branca de Neve, como não deixou de suceder em Portugal, onde, como no resto do mundo, surgiram autores especializados em teatro infantil.
 
FONTE:http://www.infopedia.pt/$historia-do-teatro;jsessionid=BqPTMNEGAYk4tsSPY7W6Dg__ 

"TEATRO GREGO"









As máscaras serviam para expressar as sensações da personagem no teatro grego.

O teatro, enquanto exercício do espírito humano, não pode ser definido rigidamente por meio do estudo de um período ou civilização específica. A ideia de se representar o vivido ou alguma situação ficcional está intrinsecamente ligada ao momento em que o homem se viu tentado a transmitir uma determinada experiência ou sensação. Contudo, entre os povos de toda a Antiguidade, não podemos deixar de salientar a especial contribuição dos povos gregos ao desenvolvimento desta instigante arte.

Segundo alguns estudiosos, a gênese do teatro grego tem relação com a realização das Dionistíacas, uma série de celebrações religiosas feitas em homenagem a Dionísio, deus do vinho. Com o tempo, as danças, gestos, músicas e poesias preparadas com o intuito de se falar sobre a mitologia dos deuses acabaria por transformar a encenação em uma prática cultural à parte. Dessa forma, o teatro nasceria através do culto aos deuses e passaria a falar de outras situações experimentadas no mundo cotidiano.

Entre os atenienses, o teatro ganhou uma caracterização especial ao reforçar a existência de suas instituições e justificar as ações que marcaram o desenvolvimento do imperialismo ateniense. Logo após a apresentação de uma peça teatral, os atenienses costumavam exibir as riquezas obtidas através da cobrança de tributos imposta aos seus aliados. Dessa forma, o teatro se transformava em um importante palco onde o triunfo ateniense era aplaudido por seus políticos, anciãos, soldados e eleitores.

Os gregos costumavam organizar festivais onde diferentes peças teatrais eram encenadas. Cada autor tinha o direito de inscrever até três peças que, costumeiramente, eram encenadas com a utilização de máscaras. A atuação só era feita pelos homens, que também realizavam a interpretação dos papéis femininos. Em certa altura, o teatro grego passou a se subdividir em duas modalidades: a tragédia, que valorizava os infortúnios dos homens e dos deuses; e a comédia, que tratava o cotidiano de forma jocosa.

Ésquilo (525 – 456 a.C.) foi um autor reconhecido pelo elogio às conquistas de Atenas e a homenagem aos deuses justiceiros. Em Os persas ele discorre sobre os principais acontecimentos ligados às guerras Greco-pérsicas e realiza uma crítica à prepotência do rei Xerxes. As peças de Ésquilo foram inovadoras ao promover a utilização de diálogos, máscaras e coros que conferiam maior dramaticidade às suas histórias. Este escritor também foi responsável pela criação de Oréstia e Os Sete contra Tebas.

Sófocles (496 – 406 a.C.), autor das obras Édipo Rei, Antígona e Electra, privilegiou a luta dos heróis contra o destino e a influência que os deuses possuíam na vida dos homens. Em Édipo Rei temos a história de um protagonista que mata seu pai e se casa com a própria mãe sem ter ciência do que ocorria. Com as peças de Sófocles, as encenações passaram a contar com a presença de um terceiro interlocutor no palco. Dessa forma, o número de personagens em uma história aumentava.

O escritor Eurípedes (445 – 386 a.C.) tinha forte espírito crítico e tratava com pessimismo as situações envolvendo a vida cotidiana e os costumes de seu povo. As personagens que surgem nas obras As Troianas, Medeia, Andrômaca e Hipólito geralmente discutem as paixões e a miséria do homem. Por acreditar que as mulheres eram mais sujeitas a esse tipo de situação, temos no legado teatral desse autor uma forte presença da figura feminina.

Por meio do teatro de comédia e pelo desenvolvimento dos textos críticos e satíricos, a cultura grega ficou conhecida. Aristófanes (445 – 386 a.C.) foi um dos mais proeminentes autores desse gênero teatral e se destacou pelo trabalho realizado em peças como As nuvens, A paz e As vespas. Dotado com forte senso crítico, esse autor do teatro grego era suficientemente ousado para dirigir seu humor contra importantes figuras políticas e divindades do mundo grego.

FONTE: http://www.brasilescola.com/historiag/teatro-grego.htm

"Conhecimento"





 Afim de agregar conhecimento, alguns integrantes da Cia. de Teatro Os Marias, ficaram honrados em ter uma participação ativa na Oficina oferecida pela Secretaria Municipal de Araras.
O assunto teórico ficou empolgante para aqueles que na noite de sexta-feira lá estavam para uma busca pessoal da "linha do tempo do Teatro Mundial"- fazendo assim um ponte entre teoria e prática.
Almir, Rebecca, Ricardo e Willian Silva agradecem a oportunidade e a capacidade do palestrante em conduzir com tanto carinho um tema que lhe agrada e fundamenta.
De lá os integrantes trouxeram imagens exibidas durante todo o bate papo.