terça-feira, 4 de setembro de 2012

Do Riso às Lágrimas


DO RISO ÀS LÁGRIMAS – MARIA PEREGRINA ENCANTOU O PÚBLICO


Os convidados da Cia. de Teatro “Os Marias”, no dia 31 de agosto, na EMAIC, zona norte, presenciaram uma montagem contagiante da peça “Maria Peregrina”, de Luís Alberto de Abreu; oscilando entre a paixão desmedida, o humor ingênuo e o drama da perda. E foi neste compasso que o público acompanhou as ações -  ora com seu silêncio, ora com o riso franco, ora com suas lágrimas cúmplices.
O elenco de “Os Marias”, vem de um processo teatral iniciado no 2º semestre de 2011, sob orientação do Projeto Ademar Guerra, que há quinze anos destaca-se como uma das mais renomadas ações para a formação, qualificação e capacitação de jovens em teatro.
Em 2011, a Cia. “Os Marias” apresentou-se em novembro, na Mostra de teatro em Garça e foram selecionados por Aldo Valentin e Sérgio Ferrara, respectivamente, diretor e curador do Projeto, para “circularem” pelo estado. O trabalho foi retomado em março deste ano e, finalmente em agosto concluíram as três histórias que tecem a poética trajetória de Maria Peregrina em busca de sua identidade: essa mulher desconhecida, vinda de outros cantos do mundo para fazer das árvores sua moradia em São José dos Campos. Após sua morte ocorrida em 1964, passou a ser considerada santa popular, integrando o universo folclórico do Vale do Paraíba.
O elenco é representado por Alex Silva, Almir Rogério, Milena Senhorine, Maria Cândida e Rafael Damaceno. Na operação de som e luz, Ricardo Cenzi e Cristiny Vieira.  Preparação e direção artística – orientadores do Projeto Ademar Guerra. Concepção de cenário e figurino – auxílio da professora Maria Helena Pavão. E na direção geral – Maria Cândida Figueira. Contou também com o olhar cuidadoso e competente do ator Marco Pavani, para ajustes na encenação deste espetáculo. Classificação – 12 anos.
“Mas não se trata de peça biográfica, nem religiosa”, afirma a diretora Maria Cândida -  “A grande temática dessa peça passa pela busca de um sentido de estar no mundo. Uma festa, um nome, uma cruz na beira de um rio: são evocativos da memória dessa mulher que resiste na peregrinação em busca de si mesma, entrelaçando as três histórias.”
E, continua: “Assim como Maria Peregrina, também o ser humano inquieta-se com sua identidade, lembranças, pessoas, lugares. Se Riobaldo de Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas concluiu que ‘viver é muito perigoso’, Abreu, também usa essa  emblemática questão em seu texto, conferindo-lhe uma esfera universal -   quer no pensamento do mais simples ao mais erudito dos cidadãos.”
Esta pré-estreia, foi um feedback para todo elenco, para que o grupo analise possibilidades assertivas na montagem para apresentação no dia 10 de setembro, no Teatro Don Pedro, no 27º Festivale – Festa Nacional do Vale Paraíba – em São José dos Campos – cidade onde está sepultada Maria Peregrina. “Os Marias”, abrem o Festivale – na categoria ‘convidados do Projeto Ademar Guerra’. Como se vê, a responsabilidade da Cia. é enorme, mas como a diz a diretora, “a paixão por esta peça também o é.” Daí o empenho, o compromisso e o prazer em mostrar essa história linda, da melhor maneira que puderem.
“Os Marias” agradecem a todos os presentes e a todos que colaboraram, com um cumprimento especial à Sara Zero, por ceder o espaço da EMAIC para os ensaios e para esta apresentação.
Que os deuses do teatro os iluminem. Evoé!

























MARIA PEREGRINA


SINOPSE: Esse texto transita entre a comédia e o drama. Apresenta três histórias: uma de paixão, outra cômica e a terceira que recria um texto do teatro Nô, que ilustra o universo da santa popular Maria Peregrina. Conhecida como “Nega do Saco” ou “Maria do Saco”, ela viveu mais de 20 anos nas ruas de Santana, um dos bairros mais antigos de São José dos Campos. Após sua morte, em 1964, passou a ser considerada santa popular, integrando o universo folclórico do Vale do Paraíba. No início da peça, Maria Peregrina surge sem memória e é auxiliada por um romeiro a relembrar fatos de sua vida.

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